O bairro do Castelo é um dos mais pequenos e mais antigos da cidade. Mantendo a estrutura original desde a época medieval, está em grande parte delimitado pela muralha da velha alcáçova e inclui as antigas freguesias do Castelo e de Santiago. Dele faz parte o Castelo de S. Jorge, reconstruído nos anos 1940 e presentemente de acesso controlado e pago por todos os visitantes não residentes em Lisboa (1), de onde se podem apreciar belíssimas vistas sobre a Baixa e Bairro Alto para Oeste e sobre o rio Tejo a Sul. Apesar de ser muito turístico, o bairro mantém um encanto especial conferido pelas suas ruas estreitas e casas de traça medieval, cuja pacatez pode ser ainda apreciada nas zonas fora do percurso que leva até à entrada do castelo (p.ex. no Largo de Sta. Cruz do Castelo, na Rua do Recolhimento, no Pátio D. Fradique ou na Rua dos Cegos). Dentro da antiga alcáçova (cujo único acesso se faz pela Rua do Chão da Feira) recomendo um passeio pelas ruas de Sta. Cruz do Castelo, Flores de Santa Cruz, Espírito Santo e Recolhimento, e uma visita ao Miradouro do Recolhimento (2), recentemente aberto ao público (e por isso ainda pouco concorrido) e de onde se pode desfrutar de magnífica vista sobre Alfama. Fora da alcáçova, vale a pena fazer uma volta pelos arruamentos que delimitam o bairro: a Costa do Castelo, Rua do Milagre de Sto. António, Largo dos Lóios, Rua de Santiago, Largo das Portas do Sol e Rua de S. Tomé. Este percurso tem troços muito turísticos (em particular na zona sul de acesso ao castelo) mas tem outras normalmente mais pacatas e dá acesso a excelentes perspectivas sobre a cidade: no lado norte da Costa do Castelo para a Mouraria e a Graça, a oeste no terraço do antigo mercado do Chão do Loureiro para a Baixa e Bairro Alto, e nos miradouros de Sta. Luzia e das Portas do Sol com as suas vistas sobre Alfama e o rio. Um projecto recente de colaboração com os seus moradores e associações locais (Moralá Castelo, 3) visa dinamizar este bairro que vive momentos difíceis devidos à progressiva desertificação humana e aos problemas económicos. A Câmara tem promovido a recuperação de habitações e arruamentos desde meados dos anos 1990 mas há ainda zonas muito degradadas, em particular o Pátio D. Fradique, contíguo a um hotel de luxo que ocupa o antigo Palácio Belmonte (4).
The Castelo district is one of the smallest and oldest in the city. Preserving the original structure from the Middle Ages, it is largely defined by the wall of the old citadel and comprises the former parishes of Castelo and Santiago. It includes the São Jorge’s castle, renovated in the 1940s and currently with paid access for all non-residents (1), from where you can enjoy beautiful views over the Baixa and Bairro Alto to the west and towards the Tagus river to the south. Although a very touristy spot, the neighbourhood retains a special charm conveyed by its narrow streets and medieval houses, where tranquillity can still be enjoyed in areas outside the path that leads to the castle entrance (e.g. in Largo de Santa Cruz do Castelo, Rua do Recolhimento, Pátio D. Fradique and Rua dos Cegos). Inside the former citadel (whose only access is by Rua do Chão da Feira) I recommend a walk through the streets of Santa Cruz do Castelo, Flores de Santa Cruz, Espírito Santo e Recolhimento, and a visit to the Recolhimento viewpoint (2), recently opened to the public (and therefore still little crowded) for a magnificent view of Alfama. Outside the citadel, I suggest a round tour along the streets that border the neighbourhood: Costa do Castelo, Rua do Milagre de Santo António, Largo dos Lóios, Rua de Santiago, Largo das Portas do Sol and Rua de São Tomé. This route has some very touristy sections (in particular in its southern stretch that leads to the castle) but has other quieter sections from which the visitor can enjoy excellent views over different parts of the city: on the north side of Costa do Castelo towards Mouraria and Graça, at the terrace of the former Chão do Loureiro marketplace (accessible also by Costa do Castelo) towards Baixa and Bairro Alto, and at the viewpoints of Santa Luzia and Portas do Sol with their great vistas towards Alfama and the river. A recent collaborative project with the inhabitants and local associations (Moralá Castelo, 3) aims to boost this neighbourhood, which is going through a rough period due to gradual depopulation and economic hardship. The township has promoted the recovery of homes and streets since the mid-1990s but some much degraded areas still remain, particularly the Pátio Dom Fradique, adjoining a luxury hotel that occupies the former Palácio Belmonte (4).
A azulejaria é uma forma de expressão artística nacional com vários séculos. É possível apreciar muitos e variados exemplos da sua aplicação nos edifícios de Lisboa. Desde as fachadas de várias épocas revestidas a azulejos (geralmente com padrões geométricos), aos motivos decorativos (representando muitas vezes plantas ou animais) e às imagens religiosas, são inúmeras as razões para o deleite dos que apreciam os pormenores que a cidade tem para oferecer. Para os mais interessados existe um museu dedicado ao azulejo no Convento da Madre de Deus (http://www.museudoazulejo.pt/). A procura crescente por turistas e locais tem, no entanto, estimulado o furto e vandalização deste valioso património que muitas vezes é vendido em lojas de ‘souvenirs’ e artesanato, em mercados de rua e até em antiquários:
Tilework has been a form of artistic expression in Portugal for several centuries. You may enjoy a wide range of examples of the application of ceramic tiles in many buildings throughout Lisbon. From the facades of various eras covered with tiles (usually displaying geometric patterns), to the decorative motifs (often depicting plants or animals) and religious images, there are countless reasons for the delight of those who enjoy the many details the city has to offer. There is a whole museum dedicated to the art of ceramic tiles in the ‘Madre de Deus’ Convent (http://www.museudoazulejo.pt/en-GB/default.aspx). The growing demand by tourists and locals has however encouraged the theft and vandalism of this valuable heritage that is often sold in 'souvenir' stores, street markets and even antique shops: http://www.sosazulejo.com/?page_id=97
Diz-se que não há duas pessoas iguais. O mesmo se diz também das casas – que não há duas iguais. Por extensão se poderá talvez dizer o mesmo das portas das casas. E em Lisboa há muitas e variadas, das mais rústicas às mais elaboradas. Atraem o meu olhar os modelos mais clássicos, com as portadas em madeira trabalhada, por vezes com armações metálicas mais ou menos ornamentadas e com os seus batentes metálicos mais típicos, como as chamadas ‘Mãos de Fátima’ (1).
It is said that no two people are alike. The same is said also of houses - no two are alike. By extension one could perhaps say the same of house doors. And in Lisbon there are many and quite varied, from the rustic to the elaborate. I like especially the classic models, with crafted wooden panes, sometimes with ornamented metal frames and with their typical door knockers, as the so-called 'Hands of Fatima' (not the Catholic one but Muslim – but see the following blog posts, in Portuguese).
A relação dos humanos com a natureza tem mudado ao longo dos tempos. De um certo equilíbrio e ligação com os elementos naturais durante muitos séculos, situação que ainda perdura nalgumas comunidades indígenas da África, Ásia e América do Sul, passámos a uma atitude de dominação e de controlo que acompanhou a globalização do modelo civilizacional europeu e norte-americano. Essa evolução manifestou-se de forma mais evidente nas zonas urbanas, com um afastamento crescente entre humanos e natureza, e Lisboa não foge à regra. Passeando pela cidade, facilmente constatamos que os elementos naturais, mais notoriamente as plantas, se restringem aos parques e jardins (públicos ou privados), aos arruamentos, às hortas e aos baldios. À excepção destes últimos, trata-se duma natureza domesticada e muitas vezes exótica, dado que muitas das árvores e outras plantas usadas nos arruamentos e jardins não são naturais das nossas paragens (1). Ainda assim encontramos alguns exemplares de árvores mediterrânicas nas ruas e praças de Lisboa, como as oliveiras, os pinheiros, as olaias, os freixos e até algumas azinheiras (p.ex., na Praça de Espanha) e sobreiros (p.ex., junto ao Rossio, frente ao Palácio da Independência). A maior concentração e diversidade de vegetação mediterrânica encontram-se naturalmente na maior zona verde da cidade – o parque florestal de Monsanto. É também aqui que se encontra a maior diversidade de animais (aves, pequenos mamíferos, répteis e insectos), embora se possam avistar várias aves (nativas, como as andorinhas, estorninhos, melros, rabirruivos, etc., e exóticas, como o periquito-de-colar ou a rola-turca) e muitos insectos bem no centro de Lisboa. Por toda a zona central da cidade, mesmo nas zonas menos arborizadas, encontramos referências à natureza em variados elementos decorativos nos edifícios - azulejos, cantarias, armações metálicas de portas e varandas -, na calçada portuguesa e na toponímia - nomes de ruas ou avenidas (2) e até de bairros, como as Amoreiras ou as Olaias. Os motivos naturais na arquitectura foram no entanto desaparecendo durante o século XX e são praticamente inexistentes nos edifícios mais modernos. Curiosamente, um olhar mais atento permite-nos descobrir inúmeras plantas espontâneas que o pisoteio ou as acções de limpeza camarária (por aplicação de herbicidas ou monda manual ou mecânica) não conseguiram eliminar e que despontam por entre as pedras da calçada, nas frechas das paredes e muros, nas ombreiras das janelas ou nos telhados. Entre muitas outras destaco: as avoadinhas (Conyza bonariensis), abundantes nos passeios na primavera e verão; o tapete-inglês (Polygonum capitatum), que se pendura nas fachadas de prédios; as bocas-de-lobo (Antirrhinum sp.), em paredes e muros; as charuteiras (Nicotiana glauca), que brotam de paredes de edifícios ou em logradouros; as beldroegas (Portulaca oleracea) que estendem os seus caules avermelhados e as suas folhas viçosas nos passeios e nas caldeiras das árvores; os inúmeros feixes de parietárias (Parietaria sp.) que despontam de paredes e muros; os pequenos tufos de ruínas (Cymbalaria muralis) com as suas belas e delicadas flores. E é claro que muitos lisboetas também contribuem para tornar a cidade mais verdejante ao decorar janelas, varandas e jardins com variadas plantas ou cuidando de pequenas hortas urbanas.
Passeio temático ‘A natureza na cidade’: proponho um passeio a pé de 2,5h na zona da Baixa e Mouraria que explora este tema; o percurso foi desenvolvido em colaboração com Graça Passos e foi praticado durante o Festival Pedras’15 (https://pedras15.wordpress.com/) organizado pelo c.e.m. – centro em movimento.
A CML proporciona um percurso pedestre circular de 14km na zona de Monsanto/Ajuda/Belém dedicado ao tema da biodiversidade. O percurso está sinalizado mas infelizmente alguns dos paineis informativos foram vandalizados ou estão ilegíveis. Para mais informações e para aceder à brochura seguir os links:
The relationship between humans and nature has changed over time. From a fairly balanced connection with the elements over many centuries, still present in many indigenous communities in Africa, Asia and South America, we have adopted an attitude of domination and control fostered by the globalisation of the western civilization model. This progressive change, with an ever growing gap between humans and nature, became more apparent in urban areas and Lisbon is no exception. Strolling through the city, one can easily recognize that nature in general and vegetation in particular is restricted to parks and gardens (public or private), sidewalks, vegetable gardens and wastelands. With the exception of the latter, nature is found in a domesticated and often exotic form, as many of the trees, shrubs and flowers planted in streets and gardens are not native to Portugal (1). Still one can find some Mediterranean plants in the streets and squares of Lisbon, such as olive trees, pines, Judas trees, ash trees and even some holm oaks (e.g., at Praça de Espanha) and cork oaks (e.g., near Rossio, right in front of the Palace of Independence). But the greatest concentration and diversity of Mediterranean vegetation is found in the largest green area of the city - the forest park of Monsanto. Naturally it is also there that one can find the greatest diversity of animals (birds, small mammals, reptiles and insects), though one can easily spot in the very heart of Lisbon several birds (native, such as swallows, starlings, blackbirds, black redstarts, etc., or exotic, such as the rose-ringed parakeet or the collared dove) and many insects. Throughout the city we find references to nature in various decorative elements on buildings - tiles, masonry, metal frames of doors and balconies - on sidewalk cobblestone patterns, and in the names of streets or avenues (2) and even the names of entire neighbourhoods, such as Amoreiras (mulberry) or Olaias (Judas tree). However, the use of nature motifs in architecture faded away during the twentieth century and is nearly absent in most modern buildings. Interestingly, a closer look allows us to discover numerous weeds that trampling by pedestrians or the city council cleaning actions (by applying herbicides or by manual or mechanical weeding) failed to eliminate and which emerge through the paving stones or cracks on walls, above window panes and on rooftops. A few examples: the flax-leaved fleabane (Conyza bonariensis), abundant on sidewalks in spring and summer; the pink knotweed (Polygonum capitatum), which hangs on the facades of buildings; snapdragons (Antirrhinum sp.), on facades or walls; the tree tobacco (Nicotiana glauca), which springs from the walls of buildings or in vacant lots; the common purslane (Portulaca oleracea) that spreads its reddish stems and bright green leaves on sidewalks and boilers of trees; the numerous bundles of pellitory-of-the-wall (Parietaria sp.) that come out of walls and facades; the small tufts of ivy-leaved toadflax (Cymbalaria muralis) with its beautiful and delicate flowers. And of course many Lisboners also contribute to making the city greener and lusher by decorating their windows and balconies with flowerpots, by tending their small gardens, or planting urban vegetable gardens.
Theme-tour ‘Nature in the city’: I guide a 2,5hr walking tour in Baixa and Mouraria that explores this topic. Please check this post for more information on guided tours.
There is also a 14km-long biodiversity-themed walking trail set up by the Lisbon township in the Monsanto-Ajuda-Belém areas. The trail is marked but some of the information panels are destroyed or unreadable. A brochure (in Portuguese) is available for download at this link.
A Graça é um dos meus bairros favoritos de Lisboa. Ocupa a colina mais elevada da cidade que tem o seu ponto culminante no deslumbrante miradouro da Senhora do Monte com a sua singela capela e os seus imponentes pinheiros mansos. Contígua aos bairros mais famosos e mais turísticos de Alfama e Castelo, a Graça é mais pacata e mantém um cariz muito próprio ligado à implantação de habitações para trabalhadores e operários em finais do século XIX e inícios do século XX. Disso são testemunhos a vila Maria, a vila Sousa, a vila Berta, o Bairro Estrela d’Ouro e os edifícios da Voz do Operário e da Caixa Económica Operária. Para além da vista soberba da Senhora do Monte, é possível apreciar a colina do Castelo e o casario da Mouraria a partir do miradouro Sophia de Mello Breyner (antigo miradouro da Graça) junto à igreja e convento da Graça. Para aceder ao bairro é sempre necessário subir por artérias mais ou menos íngremes como a Calçada da Graça ou a Rua da Voz do Operário a partir do Castelo, a Calçada do Monte desde a Mouraria ou a Rua Damasceno Monteiro desde os Anjos. O casario é dominado por prédios modestos de diferentes épocas, em que se destacam os edifícios desenhados pelo arquitecto Norte Júnior (sede da Voz do Operário, vivenda Rosalina do Bairro Estrela d’Ouro, Royal Cine), assim como as casas peculiares da vila Berta. Os espaços verdes limitam-se ao pequeno jardim Augusto Gil, a que se veio juntar o recentemente inaugurado jardim da Cerca da Graça, um espaço de lazer mais amplo situado abaixo do convento da Graça e com entradas pela Calçada do Monte ou pelo Caracol da Graça.
Graça is one of my favourite neighbourhoods of Lisbon. It spreads over the highest hill in the city topped by the stunning viewpoint of Senhora do Monte with its charming little chapel and large stone pines. Adjacent to the better known and touristy districts of Alfama and Castelo, Graça is more low profile and has a distinct atmosphere linked to the settling of housing for workers in the late 19th and early 20th centuries – e.g. ‘vila Maria’, ‘vila Sousa’, ‘vila Berta’, ‘Bairro Estrela d’Ouro’ and the main buildings of ‘Voz do Operário’ and ‘Caixa Económica Operária’. Besides the superb views from Senhora do Monte, you can enjoy the Castle hill and the rooftops of Mouraria from the viewpoint Sophia de Mello Breyner (formerly known as Graça viewpoint) next to the church and convent of Graça. To reach the neighbourhood one must always walk up steep arteries such as Calçada da Graça or Rua da Voz do Operário from the Castle hill, Calçada do Monte from Mouraria or Rua Damasceno Monteiro from Anjos. The buildings designed by the architect Norte Júnior (headquarters of ‘Voz do Operário’, Rosalina villa within ‘Bairro Estrela d’Ouro’, Royal Cinema) as well as the peculiar houses of ‘vila Berta’, stand out among the modest buildings from different epochs of the 20th century that abound in Graça. The small garden Augusto Gil (next to Graça church) was joined by the newly opened Cerca da Graça garden as outdoor recreation areas in the neighbourhood. The latter can be reached by entrance gates at Calçada do Monte or at Caracol da Graça.
Quem conhece bem a cidade e a tem acompanhado ao longo dos anos tem constatado certamente a crescente pressão turística que Lisboa está a viver. Vista por uns como uma ameaça e por outros como uma oportunidade, é evidente para todos a explosão do número de turistas e da oferta de serviços por toda a cidade. Desde hostels que se multiplicam como cogumelos, aos irritantes 'tuk-tuk' e derivados ou às inúmeras lojas de ‘souvenirs’ e produtos artesanais, tudo para servir os desejos de consumo duma forma de turismo mais globalizado que chega agora a Lisboa atraída pelos encantos genuínos da cidade, a hospitalidade dos habitantes e os preços baixos, apregoados por campanhas de marketing e guias turísticos. Resta saber se o tal encanto genuíno da cidade e se o comércio local e os habitantes dos seus bairros mais populares irão sobreviver à pressão do negócio e do lucro rápido ou às intervenções uniformizadoras e higienizadoras, que ameaçam descaracterizar a cidade e transformá-la num novo Algarve ou num parque temático.
Nesta secção (cuja designação deixei propositadamente em inglês) publicarei algumas fotos alusivas.
Para aceder a discussões mais extensas sobre este assunto ver por exemplo:
Those who have known the city over the years have certainly noticed the increasing pressure of tourism that Lisbon is enduring. Seen by some as a threat and by others as an opportunity, the steep rise in the number of tourists and in the supply of services throughout the city is obvious to everyone. From hostels that pop up like mushrooms, to the annoying tuk-tuk and derivatives and the numerous shops of 'souvenirs' and craft products, all is there to serve the consumerist desires of a more globalized form of tourism, which now arrives in Lisbon attracted by the genuine charms of the city, the hospitality of its inhabitants and affordable prices, touted by marketing campaigns and tour guides. The question is whether that same genuine charm, along with local businesses and residents of the more popular districts, will survive the pressure of business and quick profit and of standardizing or sanitising interventions that threaten to disfigure the city and turn it into a new Algarve or a theme park.
I will publish under this heading some of my own photos related to this topic.
You may find additional discussions at the following links (one in English and the others in Portuguese):
Lisboa é a cidade onde nasci e vivi grande parte da minha vida. A minha curiosidade em descobri-la, em perceber o que ela vai sendo, tem-se intensificado com os anos. Uma das formas de satisfazer essa curiosidade é vaguear pela cidade com tempo para olhar/ouvir/sentir o que ali está em cada rua, cada praça, cada esquina, cada porta. Grande parte dessa experiência faz-se com o corpo, no momento, e é difícil de partilhar. Alguns fragmentos desse olhar podem ser fixados em imagens captadas pela lente duma máquina fotográfica. São algumas dessas imagens que aqui vou deixando. A mim ajudam-me a rever e a pensar o que vi. Para os que aqui chegarem fica a possibilidade de vislumbrar os lugares por onde passei e de fazer surgir o desejo da descoberta.
Lisbon is the place where I was born and lived most of my life. My urge to dig in deep into the city, to try to grasp what she is becoming, has intensified over the years. One way to satisfy this curiosity is to wander around town with plenty of time to see/listen/feel what is there in each street, each square, each corner, each door. Much of this venture is experienced with the body, in the moment, and it’s difficult to share with others. Some fragments of the visual experience can be framed in the images captured by the lens of a camera. I will be publishing here some of those images. For me they help to revive and think about what I saw. For those who drop by it’s a chance to glimpse at the places where I’ve been or to bring up a desire to discover them themselves.
Alcântara
Alfama
Baixa
Belém
Castelo
Graça
São Bento
Ajuda
Sobre este blog
Este blog tem como pretexto a partilha do meu olhar, das minhas indagações e das minhas cogitações sobre o que a cidade vai sendo; nele publicarei as fotos que fui/vou captando e divulgarei as opiniões e notícias sobre Lisboa que achar relevantes. Servirá ainda para divulgar passeios acompanhados que disponibilizo para quem se quiser deixar levar pela cidade e arredores.
Post de abertura
About this blog
This blog is a means for sharing my own vision of Lisbon (my home town but a place I’m still discovering) and to convey my own views or the opinions of others on how the city is evolving; here you will find some of the photos I’ve taken over the years, as well as news and views on a variety of local issues. I will also provide info on personalised tours for small groups who are willing to be taken around the city and surrounding areas.
Opening post
Passeios/Tours:
Mais info sobre passeios / Info on tours:
Post Tours #1